segunda-feira, 4 de junho de 2007

INFORMATIVO DO CXPENSART PÁGINA 2

"Pensar com arte é pensar com sabedoria, a arte de pensar é uma viagem ao mundo da libertação, é saber ir mais além, ver o mundo pelos seus próprios olhos."
PENSAR COM ARTE É PENSART A NOVA MANEIRA DE PENSAR
William Pereira da Silva


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Peculiaridades do xadrez-
Por Taís Julião

Muitas pessoas me procuram para desvendar suas curiosidades sobre xadrez. Não sei bem ao certo o que faz elas virem até mim. Óbvio que o fato de eu ser, bem ou mal, uma jogadora e estudiosa do xadrez seja um dos quesitos da procura. Só sei que elas ficam satisfeitas com o que escutam, e eu mais ainda por falar de xadrez para as pessoas. Tenho percebido que, quanto mais apresento o xadrez para pessoas que o vêem como algo belo, porém distante, confuso e misterioso, descubro a maravilhosa obra-prima que este jogo – não vejo outra denominação mais abrangente, mas poderia ser também arte, ciência, esporte – significa para mim. E não só para mim, porque vejo nele um componente universal que desperta um magnetismo único nas pessoas. Pois bem, que componente será este? Esta é a pergunta que tenho me feito há tempos. Porque, afinal, as pessoas têm curiosidade também em saber o porquê de alguém se dedicar a prática do xadrez com tanta seriedade, como se houvesse uma indagação sobre como alguém pode buscar tanto o aperfeiçoamento em um jogo, talvez uma arte, para alguns, ciência, quiçá um esporte. E como explicar a paixão? O vício pelo jogo? E nessas conversas que tenho com pessoas que, curiosas, me indagam as mais interessantes perguntas a respeito do xadrez, que descobri um componente que, ao meu ver, fascina a todos, porém de uma forma tão sutil que poucos conseguem perceber sua magnitude. Reflitam comigo: existe alguma atividade que seja tão igualitariamente acessível como o xadrez? Crianças, adultos, idosos, deficientes de diferentes maneiras (cegos, surdos, mudos, paraplégicos, entre outros) mulheres, jovens, negros, brancos, índios, homossexuais, ricos, pobres, ou seja, não vejo em nenhuma dessas denominações – por sinal, bastante preconceituosas – algum impedimento para a prática do xadrez. É incrível como algo que aparentemente nos remete ao inalcançável, ao difícil, ao impossível, ao complexo, consiga, nesse mix de características se enquadrar a todos. E o mais impressionante: qualquer um pode vencer qualquer outro! Sem dúvidas que existe o que chamamos de favorito, mas jamais, nunca, até pela característica única do jogo de xadrez que é a dependência extrema do pensamento individual, e assim sendo, sujeito à falhas, pode-se garantir 100% a vitória de um sobre outro. Existe prática mais unificadora que esta? Algo no qual todos podem ganhar e perder, e que nem por isso perdem sua grandeza, já que o simples fato de se disponibilizar à luta já significa um grande ato de coragem? Existe algo mais antiviolento que o xadrez? Afinal, o diferencial não está nas potencialidades físicas e sua utilização, mas sim na peculiaridade que o ser humano possui, que é a capacidade de pensar. E mais, pensar racionalmente. Nunca me esquecerei de uma das cenas mais belas que presenciei no xadrez. Uma menina, de aproximadamente dez anos, sentada na cadeira, balançando os pés, já que era pequenina frente à altura do móvel, e um senhor, de boina, mão ao queixo, pernas semicruzadas. Eles jogavam uma partida que deveria ser consagrada pela história, tamanha a grandeza daquele encontro de gerações. E, ao final, o senhor, respeitosamente, cumprimentando com um aperto de mão e um sorriso amarelo a pequena menina que lhe tomara a dama. Sim, sou uma apaixonada por xadrez.

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